Dia da indústria: líder classista e empresários analisam setor em meio à pandemia
25/05/2021

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Presidente da Aciu e empresários do ramo da indústria fazem balanço da pandemia e destacam suas perspectivas para o setor no segundo semestre


2020 foi um ano desafiador para todos os setores, assim como para a indústria, que teve queda de produção, queda de faturamento, dificuldades financeiras, falta de matéria prima, entre outras dificuldades. Com a celebração do Dia da Indústria, neste dia 25 de maio, o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Uberaba – Aciu, Anderson Cadima, e empresários do ramo, fazem um balanço desde o início da pandemia e destacam suas perspectivas para o setor no segundo semestre.

 

“Quando esse pesadelo de pandemia começou, o estado de calamidade levou todos a pensarem o mesmo: será que teremos um desabastecimento? E o setor produtivo mostrou velocidade de resposta, promovendo ajustes rápidos em suas linhas de produção a fim de atender as demandas que o momento pedia”, explica o líder classista, Anderson Cadima. Ainda segundo ele, a indústria tem feito sua parte para ajudar o país a atravessar essa crise, que a cada momento se mostra mais aguda. “E na nossa região, em especial na nossa Uberaba, não foi diferente. Nossos empresários arregaçaram as mangas e enfrentaram a pandemia de frente”.

 

Cadima pontua que mesmo depois de meses muito difíceis, por exemplo, o setor foi o que mais contratou em Uberaba no mês de março, abrindo mais de 500 postos de trabalho no mês, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O Ministério da Economia divulgou os dados no fim de abril, referentes ao mês anterior. Segundo o Cadastro, foram 1017 admissões no setor da indústria, contra 507 demissões, gerando o saldo positivo de mais de 500 empregos.

 

 “Isso nos conforta e indica que os dados da CNI - Confederação Nacional das Indústrias estão com tendência de se confirmarem a partir do segundo semestre”, ressalta. As projeções da CNI estimam um crescimento de 4% do PIB brasileiro em 2021, ante uma queda de 4,30% em 2020. Especificamente para o setor industrial, a expansão deve ser de 4,4% no mesmo ano segundo as mesmas projeções, ante uma queda de 3,50% no ano passado.

 

Para Rodrigo Zerbini, presidente-executivo da CCM Indústria e Comércio de Produtos Descartáveis, localizada em Uberaba, Minas Gerais, o ano de 2021 tem se mostrado tão ou mais desafiador do que 2020. “No ano passado nós tivemos que nos adaptar à rotina de pandemia, com muitas modificações no processo de produção. Temos aproximadamente 550 trabalhadores diretos, rodando em quatro turnos, 24h, então tivemos que alterar todo nosso funcionamento, rever processos, estrutura física, tudo que envolvia circulação de pessoas e etc. Isso demandou muito trabalho e custos também”, disse.

 

Já em 2021, Zerbini destaca que as dificuldades surgiram de outra ordem. “O desafio do ano anterior era continuar rodando, com segurança, preservando a saúde das pessoas, controlando o contágio e abastecendo o mercado. Agora em 2021, além de manter tudo isso, ainda tivemos uma mudança muito significativa na cadeia de matéria prima, os insumos tiveram uma alta muito brusca. Para se ter uma ideia, um dos insumos do nosso processo de produção teve uma alta de 130% em um ano. Isso impacta diretamente no custo e a indústria não consegue repassar isso para o mercado. Esse prejuízo acaba ficando para a indústria”.

 

O presidente-executivo destaca que apesar das dificuldades, também vê boas perspectivas para o segundo semestre. “A indústria está fragilizada, assim como vários outros setores. À primeira vista a pandemia não afeta diretamente o mercado que trabalhamos, pois produzimos produtos de primeira necessidade, mas ela afeta nosso mercado sim, indiretamente, pois ela afeta o poder de compra das pessoas, a capacidade de renda, a base econômica do indivíduo e aí ele compra menos ou deixa de comprar. A nossa expectativa e da indústria como um todo é que esse cenário mude no segundo semestre, com o avanço da vacinação e o retorno às atividades da população, consequentemente com a geração de mais empregos e renda”.

 

Rozangela do Amaral Tavares, presidente do Sindicato das Indústrias de Mármores e Granitos do Vale do Rio Grande e empresária da indústria Dimarmo, sediada em Uberaba/MG, também se diz confiante com o segundo semestre de 2021. “Nós iniciamos o ano já com a sensação de que viveríamos um ciclo de recuperação, pois desde outubro os sinais eram esses. E agora para o segundo semestre os indicativos são bem positivos. A demanda tem aumentado, inclusive tivemos uma reunião com todos da empresa este mês para projetarmos algumas mudanças operacionais, a fim de que possamos atender toda essa demanda reprimida que está surgindo”, explica.

 

Ainda segundo a empresária, o seu setor, diretamente ligado à construção civil, teve uma paralisação quase que imediata no início da pandemia. “As pessoas não sabiam como seria a rotina com o coronavírus, o que esperar do mercado, do governo, enfim. Mas logo em seguida, até mesmo pelo fato de as pessoas estarem passando mais tempo em casa, as reformas e obras foram surgindo e isso reflete agora no nosso setor. Nosso objetivo é recuperar o que não conseguimos faturar em vários meses de 2020”, afirma.

 

Indústria x coronavírus: solidariedade no combate à pandemia

 

Além de contribuir para a manutenção de muitos postos de trabalho e da preservação da vida, Anderson Cadima pontua que a solidariedade dos empresários de Uberaba, muitos do setor industrial, foi essencial nos últimos meses. “A Aciu, entidade classista centenária, representante do comércio, da indústria e do setor de serviços, mostrou mais uma vez a força da união, do associativismo. Nós, como também integrantes da SCO - Sociedade Civil Organizada, nos juntamos aos empresários para dar nossa contribuição ao poder público no enfrentamento à doença. Temos atuado de forma sistemática para dar nossa contribuição neste momento, tanto como empresários, bem como entidade classista”, destaca.

 

Rodrigo Zerbini relembra que desde o início da pandemia, a CCM fez diversas doações, além das que já faz habitualmente para instituições filantrópicas, como a compra de medicamentos para intubação de pacientes com Covid, doação de capacetes Elmo, entre outros produtos de primeira necessidade. “Nós já fazíamos ações recorrentes, mas nós ampliamos essas contribuições da empresa durante a pandemia. Nós sabemos que este é um enfrentamento coletivo e desde o início nos colocamos à disposição da sociedade uberabense para contribuir no que fosse necessário”, reflete.

 

Histórico

 

O líder classista relembra a história da Aciu com o setor industrial. “Desde nosso fundador, Cesário de Oliveira Roxo, que a Aciu trabalha junto às indústrias pelo desenvolvimento de Uberaba. Estamos perto de completar 98 anos da nossa instituição e desde sempre as lutas pela ampliação do nosso parque industrial e melhorias para o setor são pautas de nossas reuniões”. Cadima destaca a participação da Aciu em importantes conselhos da cidade, como Comdesu - Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social de Uberaba (Comdesu). “Nossa instituição tem cadeira e participação ativa em praticamente todos os conselhos que envolvem o empresário de Uberaba. Nosso trabalho é defender seus interesses e buscar o progresso de Uberaba”.

 

O presidente destaca também a diversificação que o parque industrial de Uberaba vem abarcando nos últimos anos. “Nosso histórico industrial ligado ao agro é notório e temos muito orgulho disso, afinal somos a terra do Zebu, temos grandes empresas de fertilizantes aqui, mas nos últimos anos viemos acompanhando e trabalhando para que houvesse a ampliação do nosso potencial fabril. Exemplo disso é a vinda do Grupo Petrópolis, recentemente da empresa Crown Embalagens, uma das mais importantes fabricantes do Brasil de latas de alumínio para bebidas. Nosso potencial é gigante e a Aciu atua fortemente para a atração de mais investimentos para nossa cidade”. 

 

Anderson ressalta, porém, a necessidade de melhorias dos distritos. “O sistema viário interno de vários deles precisam ser revistos e redimensionados, temos problemas relacionados à urbanização, melhoria da limpeza urbana, melhoria de infraestrutura para atração de pequenos empresários do setor de serviços, entre outros”. O líder classista também disse estar bastante otimista com os passos que têm sido dados no processo de implantação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Uberaba. "Recentemente foi conquistada a averbação da matrícula no cartório do Decreto Presidencial que define a área da ZPE em Uberaba. Esse foi um passo importante e agora a Prefeitura poderá dar andamento às próximas providências para a concretização da ZPE”, pontua.

 

Cadima enfatiza que a celebração do Dia da Indústria é mais uma oportunidade para lembrar a importância deste setor para o desenvolvimento do país, responsável por movimentar parte considerável da economia brasileira.

 

 

 

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