Distribuição de água em Uberaba poderá ter intermitência
22/06/2021


Vice-prefeito e presidente da Codau participaram de reunião da diretoria da Aciu e destacaram situação crítica dos próximos meses na cidade 


A diretoria plena da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Uberaba - Aciu se reuniu nesta segunda-feira, dia 21, para um encontro virtual, e a pauta da noite foi a situação do abastecimento em Uberaba e a previsão para os próximos meses. Segundo os convidados da assembleia, o presidente da Codau, José Waldir Filho e o vice-prefeito de Uberaba, Moacyr Lopes, “Se o cenário atual que se apresenta, de uma seca muita dura em 2021, não mudar, a situação é preocupante e o fechamento dos reservatórios para recuperação de nível será inevitável. Não estamos alarmando a população, apenas trazendo o que a realidade nos apresenta”, afirmaram.


O atual dirigente da Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas - Codau, José Waldir de Souza Filho, abriu sua participação na assembleia apresentando os números da vazão do Rio Uberaba nos últimos anos, destacando a situação do ano de 2014, onde a seca na cidade foi bastante drástica e o sistema de transposição do Rio Claro precisou ser acionado com antecedência, situação semelhante a 2021, que já teve o sistema de bombeamento ligado, a fim de complementar o abastecimento para a cidade.


Waldir mostrou que a redução de vazão do rio Uberaba para o nível de 1,6 mil litros/segundo neste domingo, 20 de junho, foi determinante para que a direção da Codau decidisse acionar o Claro. “Antecipamos em 73 dias o acionamento do sistema. Está nítido para nós que 2021 será um ano difícil e pedimos apoio da população no sentido de adotar medidas de economia de água em todas as atividades diárias”, disse. O dirigente apontou que em 2014 a vazão do rio Uberaba chegou a 0,15, uma situação muito preocupante.


Além da questão da captação no rio, José Waldir explicou que Uberaba sofre com desabastecimento nos períodos de seca, por falta de planejamento e por má distribuição dos reservatórios. “Nós temos um volume bom de água nos reservatórios, porém eles estão mal distribuídos. Além disso, eles estão interligados de uma forma que a técnica para irem se abastecendo é um após o outro. Ou seja, um vai enchendo após o outro, o que atrasa na recuperação de nível dos reservatórios e consequentemente gera períodos de desabastecimento em algumas regiões”, explica.


Anderson Cadima, presidente da Aciu, destacou que a Aciu realizará um trabalho de conscientização junto a seus associados e diretores, de economia de água. Outra dica dada pelo dirigente da Codau e acatada pelo representante classista, é o incentivo ao aumento de reservação. “Quem puder ampliar a capacidade de suas caixas de água, que o faça. Em tempos de intermitência no abastecimento, as residências que tiverem uma boa capacidade e reservação doméstica, sofrerão menos com a seca”, pontuou Waldir.


O presidente da Codau também esclareceu várias dúvidas da diretoria com relação a novas fontes de abastecimento. “Muitos falam da furação de poços profundos, do incentivo à população para furação de poços artesianos, captação em outros rios. Acontece que essas medidas não são baratas e nem tão simples como parecem. Hoje nós temos 3 poços profundos auxiliando na complementação do abastecimento na cidade e já estamos com mais dois projetados. Para se ter um ideia, um poço profundo de aproximadamente 500 metros de profundidade, custa cerca de 5 a 10 milhões de reais em obras, com capacidade de bombear 60 litros/segundo. É um investimento alto para bombear poucos litros de água, que são importantes e complementam o abastecimento, mas não são a solução. Sem contar nos custos operacionais, de energia, manutenção e etc”, explica.


Outras medidas que são ventiladas com frequência, conforme elucidação do dirigente da Companhia, dizem respeito à captação de água em rios da região, como o Rio Grande, o Rio Araguari, entre outros. 


“Nós vamos contratar um estudo que engloba concepção, viabilidade técnica, operacional e econômica para podermos ter a resposta definitiva de fontes de captação. Há muitos anos fala-se sobre isso na cidade, mas não existem estudos aprofundados sobre isso. São obras onerosas, que precisam ser minuciosamente estudadas, de todos os aspectos. O que posso adiantar é que não tem isso de essa ou aquela água podem ou não ser tratadas. Toda água pode ser tratada, inclusive de efluentes. O que precisamos é ter estudos de toda ordem para projetarmos o que for melhor para Uberaba”, disse Waldir.


O vice-prefeito, Moacyr Lopes, destacou que sempre que chega agosto e setembro vêm essas discussões de onde deve-se buscar água, “Esse ano a seca começou antes, ligamos o sistema de transposição dois meses e meio antes do previsto, e mais uma vez temos apenas essa alternativa. A curto prazo não tem o que se fazer. O que estamos buscando são projetos a longo prazo, para deixar um legado para a cidade. Vamos em busca de soluções para décadas à frente”, disse.


Os representantes do executivo destacaram que a Barragem Prainha, ventilada como a solução total do problema, seria na verdade apenas 20% da solução da falta de água neste período em Uberaba. “Estudos feitos, desde 2005, mostram que precisaríamos de pelo menos três barragens dessa para ser a solução definitiva da falta de água em Uberaba, para a população de hoje. Estamos na fase de adequação do projeto para que a obra possa ser retomada”, pontuaram Moacyr e José Waldir.


Os diretores da Aciu fizeram questionamentos e sugestões ao presidente da Codau e ao vice-prefeito, e o presidente da entidade classista, Anderson Cadima, encerrou a reunião colocando a Aciu à disposição para auxiliar o órgão no que for necessário para melhoria do abastecimento na cidade e também na conscientização de todos quanto ao combate ao desperdício de água.


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