Uma prática diária da maioria das empresas é o pagamento de despesas via boleto bancário. Com a evolução da tecnologia, os fraudadores também têm evoluído suas práticas e deixado muitos consumidores e empresários confusos na hora de realizar um pagamento via boleto.
“Já alertamos para essa situação algumas vezes, mas temos percebido que volta e meia alguns associados caem neste golpe novamente. A ação consiste em ataques virtuais que alteram o código de barras original e dados do boleto, desviando o valor para uma conta de outra titularidade”, explica Anderson Cadima.
Uma das consequências de cair nessa armadilha é sofrer algum corte no fornecimento de algum serviço, como telefonia, por exemplo. “Além do pagamento de juros por atraso e, até mesmo, ter seu nome em listas de inadimplentes”, destaca o líder classista. O advogado especialista em direito empresarial, João Henrique Rodrigues Almeida, orienta sobre a responsabilidade do pagamento errado de um boleto nestes casos.
“A responsabilidade de checar os dados do beneficiário do boleto é do pagador. O que acontece na maioria dos golpes é que o fraudador instala um vírus no computador da pessoa e este vírus faz a alteração dos dados do boleto. O emissor não tem acesso ao computador da vítima, portanto, é o pagador quem deve checar os dados do beneficiário no boleto e se certificar de que o documento está correto”, explica João.
Para evitar o problema, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) dá algumas dicas para identificar boletos suspeitos, entre eles, manter o antivírus do computador sempre atualizado, pois pessoas com programas maliciosos podem alterar o código de barras do boleto. Ao receber um e-mail suspeito com arquivos anexos, notificações de pagamentos e links, desconfie. Entre imediatamente em contato com o emissor da mensagem e confirme a autenticidade das informações. Evite fazer compras, efetuar pagamentos ou gerar boletos em computadores públicos ou em redes de Wi-Fi abertas. O risco de invasão de contas nesses ambientes é alto.
Além disso, leia bem o boleto bancário. A maioria dos documentos falsos costuma ter diferenças no padrão de formatação e outros erros básicos, como de português, por exemplo. Qualquer característica suspeita pode ser um indício de fraude. Se a leitura do código de barras falhar na tentativa de pagamento do boleto pelo caixa eletrônico ou aplicativo do banco, redobre a atenção. O erro pode ser decorrente de falha no equipamento, mas também pode ser fraude: se houver alguma lacuna com espaço fora do padrão ou faltando colunas, desconfie. Compare o boleto com outras contas pagas recentemente para checar as informações.
“Cheque sempre bem antes de pagar e entre em contato com o emissor do boleto em caso de dúvidas”, finaliza Cadima.