Tema de grande preocupação do empresariado e da sociedade uberabense em geral, a segurança pública voltou a ser centro de debate esta semana, durante reunião da diretoria plena da ACIU. "Estamos muito preocupados com a situação de nossa cidade e estamos unindo forças para ajudar o poder público e as polícias no combate à criminalidade. Tenho participado de encontros e elaboração de alternativas, neste sentido, a fim de buscarmos uma forma de nos sentirmos mais protegidos. Desde que começamos a reunir esforços, já notamos uma melhora no setor, inclusive com uma presença mais ostensiva dos policiais nas ruas”, disse José Peixoto, presidente da ACIU.
O diretor da ACIU e ex-comandante da PM, coronel Flávio Aquino, que hoje atua como gerente de uma rede de hotéis em Uberaba, fez uma breve explanação sobre a atual conjuntura da área de segurança pública em Uberaba. “O objetivo da nossa reunião aqui hoje, a pedido do presidente da ACIU, José Peixoto, é externar a nossa preocupação com essa área, transmitir essa sensação de insegurança do empresariado e da sociedade uberabense em geral, mas, principalmente, dizer a todos que não queremos só apresentar problemas, nós estamos aqui imbuídos no sentimento de cooperação, para que juntos possamos avançar em ações de parceria, dando nossa contribuição no processo e permitindo que haja mais paz social em Uberaba”.
Também presente na reunião, o delegado-geral do 5º Departamento de Polícia Civil, Heli Andrade, destacou o avanço do trabalho da PC em Uberaba, no que tange o combate à criminalidade. Para o delegado, um dos fatores graves e que contribui para o enfraquecimento da segurança pública, diz respeito às penas mínimas e máximas. “O período de duração da pena mínima tem que ser repensado. O código penal e antigo, mas o que o enfraquece são as inúmeras modificações que ele sofre ao longo dos anos, permitindo uma série de possibilidades para diminuição de pena. Isso precisa ser revisto”, destacou.
O comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar (4º BPM), tenente-coronel Waldimir Soares Ferreira falou aos presentes que a evolução criminal não é privilégio de Uberaba e que é compreensível a sensação de insegurança. Ainda segundo o comandante, a crise que o país vive reflete diretamente na questão da segurança pública, principalmente com o aumento do desemprego. “Existe um olhar diferenciado e uma dedicação por Uberaba e esperamos que em breve os mais de 200 policiais em formação possam estar nas ruas e oferecendo mais segurança aos uberabenses”.
De acordo com o prefeito Paulo Piau, convidado da reunião, a segurança pública envolve ainda duas outras áreas, que segundo ele são as mais importantes, que seriam a da repressão e da prevenção. “Não temos como combater a criminalidade sem tecnologia. A vinda também de 40 viaturas novas para Uberaba ajudará e muito no trabalho dos policiais. Mas não basta aumentar só o número de efetivos e de cadeias, é preciso investir em ferramentas modernas e tecnologias capazes de repreender o criminoso. E por outro lado, temos de cuidar dos jovens, dar-lhes condições e oportunidades, dentro da educação e do esporte. E é neste sentido que temos batido forte, com bons programas nestas áreas. Se a criança e o jovem estiverem sendo bem assistidos, com a autoestima elevada, não daremos chance para que eles se enveredem para o lado do crime”.
Para Peixoto, presidente da ACIU, o encontro serviu para o alinhamento dos discursos e a união de forças. “Sabemos da gravidade dos problemas e da dificuldade em ultrapassá-los, mas não vamos esmorecer. Vamos continuar buscando alternativas para melhorias nessa área, que clama por nossa atitude. O único caminho é a união das classes, do poder público e das polícias”, concluiu. A reunião contou também com a presença de representantes do movimento Acorda Uberaba, secretários municipais, membros do executivo, diretores da ACIU e convidados.