A Casa do Comércio e da Indústria completa 70 anos
18/10/2012

O ano de 1939 marca no mundo o início da Segunda Guerra. Em Uberaba, longe ainda do fragor das batalhas inaugurais do maior conflito bélico havido até então, comerciantes e industriais prosseguem na condução de seus negócios e elegem para presidente de sua Associação o renomado engenheiro, empreendedor e político Fidélis Reis, de largo tirocínio empresarial. Deputado federal no decorrer da década de 1920, fundador, em 1928, do Liceu de Artes e Ofícios, um dos fundadores e primeiro presidente da Sociedade Rural do Triângulo Mineiro (1934) e também fundador do Banco do Triângulo Mineiro (1935). Alçado pelo voto de seus pares, assume a presidência da Associação Comercial e Industrial de Uberaba – ACIU sob arrojado programa de realizações, uma das quais, e das mais importantes, a construção da sede própria.



A clarividência da iniciativa e o arrojo de sua efetivação ficam mais claros, quando se sabe que, à época, o município não passava de 59.984 habitantes (31.259 na área urbana e 28.725 na rural), não tinha nenhuma escola de ensino superior e só nos anos finais da década de 1930 começara a urbanizar os fundos de quintais de suas ruas centrais, até então, e apenas, canais dos diversos cursos d’água existentes na cidade. O empreendedorismo de Fidélis Reis, de sua Diretoria e do corpo social da ACIU inaugura o portentoso edifício de sua sede em 26 de julho de 1942.



O discurso de Fidélis Reis nesse ato inaugural desvenda o descortínio dos dirigentes da ACIU, que não se contentaram com “prédio de fins restritos”, porém, de “destinação muito mais ampla. Nem só sede da ACIU, mas centro das transações e operações econômicas de todo o vasto Triângulo Mineiro”, tendo “assim, uma múltipla finalidade” e constituindo-se em “ponto de convergência dos homens de negócios e de trabalho que dos diferentes setores demandem Uberaba. Uma verdadeira bolsa de negócios para o Brasil Central”.

 

Enfim, “empreendimento de vulto que é, não podia ter um cunho estritamente local e metropolitano. Havia de projetar-se e irradiar-se por todo o Triângulo, na sua função eminentemente progressista e civilizadora”.

 

O prédio, o segundo maior da Uberaba de então, construído sobre projeto posteriormente ampliado do engenheiro Abel Reis e do arquiteto Carlos Simoneck, conforme descrição de Fidélis Reis, publicada noLavoura e Comércio de 05 de janeiro de 1943, compõe-se de cinco pavimentos, sendo andar térreo com salão de área superior a 240 m² destinado à exposições; primeiro pavimento ocupado por lojas e “amplo e luxuoso salão de festas e conferências, todo decorado de amarelo ouro, dotado de um admirável e original sistema de iluminação, com palco e dispositivo para filmagem”; devendo as salas dos demais andares ser ocupadas pelas “repartições técnicas da ACIU (secretaria, tesouraria, biblioteca, consultor jurídico, etc.) e para escritórios que serão alugados a particulares ou associações”.

 

Até hoje, conquanto transcorridos setenta anos e largo e amplo desenvolvimento de Uberaba em todos os sentidos e em todas as áreas, o prédio-sede da ACIU se avulta no panorama arquitetônico da cidade como uma de suas realizações mais notáveis e significativas.

 

Guido Bilharinho


Fonte: Guido Bilharinho
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