Publicado hoje,  17/07 – Jornal da Manhã - http://jmonline.com.br/novo/?noticias,6,POLITICA,83254

Por Gisele Barcelos

Atraso para início da construção do gasoduto é responsabilidade do Estado, conforme o presidente da Aciu, Manoel Rodrigues Neto. Para o empresário, falta vontade política do governo de Minas para resolver o impasse quanto à modalidade do duto e garantir o abastecimento da fábrica de amônia da Petrobras.

Manoel lembra que inicialmente o protocolo de intenções assinado em 2011 previa que a Petrobras arcaria com a construção da unidade de fertilizantes nitrogenados e o Estado seria responsável pelo investimento no gasoduto. Entretanto, logo em seguida, o governo mineiro alegou dificuldades e a estatal entrou como sócia na Gasmig para viabilizar a implantação do duto.

“O governo estadual está querendo ver se a planta vai sair efetivamente para ver o que faz com o gás, quando deveria se prontificar na construção do duto e cobrar a fábrica da amônia da Petrobras”, disse, reforçando que o gás seria uma vantagem estratégica para a região, independente da instalação da fábrica de amônia.

Para o líder do G9, grupo formado por diversas entidades classistas da cidade, o impasse para definir a modalidade do gasoduto se resume à falta de vontade política do governo de Minas para dar andamento ao projeto. De acordo com Manoel, a solução é construir o gasoduto de transporte, vindo de São Carlos (SP) para cruzar Uberaba e seguir até Brasília (DF). No entanto, o Estado insiste no duto de distribuição que sairia de Ribeirão Preto (SP) para trazer o gás até o Triângulo Mineiro, alternativa mais barata. “O que acontece é que a secretária Dorothea Werneck não admite a solução existente. Se ela tivesse boa vontade para resolver, já teria feito há um ano e o gasoduto estaria sendo construído”, ressalta.

Além disso, o líder empresarial reforça que não houve empenho para agilizar o projeto de distribuição, pois o Estado sequer iniciou o estudo da área ou o processo de licenciamento ambiental. Por outro lado, o duto de transporte já está com tramitação avançada na Agência Nacional de Petróleo (ANP) e tem até a licença prévia do Ibama para início das obras. Esta alternativa também seria mais interessante para a região por causa do volume de gás. A capacidade seria suficiente para abastecer tanto a fábrica da Petrobras quanto outros empreendimentos.

Em paralelo, Manoel observa que os preparativos para a instalação da planta de fertilizantes em Uberaba estão avançando. Segundo ele, no dia 30 de julho será feita a abertura dos envelopes com as propostas das empresas que participam da licitação das obras. Até agora, 26 empresas manifestaram interesse na concorrência. “A representante da Petrobras presente no encontro em Belo Horizonte disse que a unidade já tem data para ser inaugurada: novembro de 2016. Foi um recado para o Estado”, conclui.